sábado, 7 de julho de 2012

Fábrica vai produzir 16 milhões de mosquitos por mês em Juazeiro

 


O mosquito da dengue, geneticamente modificado, será produzido em larga escala numa fábrica que será inaugurada hoje, em Juazeiro, para tentar reduzir a espécie. Quando estiver operando, a unidade terá capacidade de fabricar quatro milhões de mosquitos machos por semana.
Eles serão lançados em Jacobina, cidade de 79 mil habitantes, também localizada na Bahia. Uma vez livres, os machos modificados se comportam como os que já existem na natureza: procuram uma fêmea para perpetuar a espécie. A diferença é que o mosquito produzido na fábrica baiana carrega um gene responsável pela morte das larvas, que nunca chegarão à fase adulta.
Em Juazeiro, há uma fábrica menor, capaz de produzir toda semana 12 milhões de machos de uma espécie de mosca que causa prejuízos à fruticultura no Vale do São Francisco. A fábrica é operada pela Moscamed, uma organização social ligada ao Ministério da Agricultura e ao governo da Bahia. Ela também já tem uma produção menor de mosquitos da dengue — 500 mil por semana — que vêm sendo liberados desde 2011 em dois bairros de Juazeiro. Os resultados foram promissores, com uma redução de 90% da população do mosquito.
O pedido para soltar os mosquitos em Jacobina já foi encaminhado à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e, segundo o diretor da Moscamed, professor de genética da Universidade de São Paulo, Aldo Malavasi, deverá ser aprovado nos próximos meses, quando a fábrica ainda não estará funcionando plenamente. Mas tanto Malavasi como Margareth Capurro, pesquisadora da USP que coordena o projeto, destacam que no momento não é possível falar em erradicação do mosquito.
— A erradicação é extremamente difícil e trabalhosa. Essa tecnologia é uma ferramenta a mais no combate à dengue — disse Malavasi.
Também é cedo para falar no uso dessa técnica em outros lugares. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, primeiro é preciso avaliar o resultado do teste em Jacobina:
— É importante acompanhar por um período mais prolongado, numa cidade, considerando a característica variável dos bairros.
A fábrica tem 720 metros quadrados de área e consumiu R$ 1,7 milhão. O Projeto Aedes Transgênico (PAT) é desenvolvido em parceria com a USP e a empresa britânica Oxitec, com ajuda do governo da Bahia.

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