quarta-feira, 30 de maio de 2012

Phromnia rosea - inseto ou planta?

Phromnia rosea - inseto ou planta?
 
 


Geralmente confundimos camuflagem com mimeti...smo. Mas são processos bem diferentes. Os animais que se camuflam querem ficar indistintos. Aproveitam para tirar vantagens na semelhança da sua cor ou formato do corpo com as características do meio ambiente. Fazem isso para proteção contra os inimigos predadores ou para atacar uma presa. Alguns ficam bem despercebidos debaixo de folhas, só esperando o almoço passar. Já no mimetismo, os bichos são mestres na arte do disfarce. O predador identifica o mímico, mas como não sabe exatamente o que ele é, desiste ou não se interessa em atacá-lo. Os mímicos são exímios no que fazem, pois possuem incríveis adaptações que lhes conferem características para esta tática. Além da proteção, o mimetismo também serve como estratégia ofensiva e reprodutiva.

 

 
 

 
 


 

Alterações no Código Florestal Vigente

Nota pública sobre o novo Código Florestal Brasileiro

Após análise da medida provisória e a partir do que foi sancionado, o Comitê
Brasil em Defesa das Florestas avalia que o veto parcial da Presidenta Dilma
Roussef foi insuficiente para o cumprimento de sua promessa, apesar de
contrariar interesses dos setores mais arcaicos do latifúndio, e ainda
mantém a anistia e a redução de áreas de proteção (APPs e RLs). Além disto,
devolve ao Congresso Nacional a decisão sobre a as florestas, o que será
feito apenas após a Rio +20.

Essa situação é fruto da força do agronegócio, que está posicionado de forma
hegemônica no Congresso Brasileiro e no próprio Governo Federal. É
fundamental a convergência das lutas populares e sociais contra o
agronegócio para enfrentá-lo e avançar com as necessidades reais da
sociedade brasileira. O governo brasileiro perdeu a oportunidade de não
ceder à pressão ruralista e apontar para o desenvolvimento sustentável e
social. A mobilização da sociedade deve continuar a pressionar o Congresso e
o Governo Federal contra a anistia aos desmatadores.

- Mantém definição de “área rural consolidada” para ocupações ilegais
ocorridas até julho de 2008. Conceito é utilizado como base para todas as
ANISTIAS previstas na nova Lei. A última alteração na lei no que se refere
às APPs foi em 1989 e RL (somente na Amazônia) em 1996 (e não em 2008);

- ANISTIA de RL para desmatamentos ilegais em imóveis rurais baseado no
tamanho das propriedades e não no modelo de produção familiar (Lei
11.326/06), (art. 67) ANISTIANDO mais de 90% dos imóveis de todo país;

- ANISTIA de recomposição de APPs (Matas ciliares) em até 80% em relação ao
patamar até então vigente. Na Lei revogada recomposição de APP variava de 30
a 500m (na Lei 4.771/65). Na nova lei (+MP) a APP a ser recomposta será de
5m a 100metros;

- ANISTIA total de recomposição de APP de topo de morro e encostas, mantendo
inclusive pecuária (art. 63);

- ANISTIA de recomposição de APP de nascentes, olhos d’água, lagos e lagoas
naturais entre 80 e 50% (art. 61-A, §5º e 6º);

- ANISTIA OCUPAÇÕES em Manguezal ocupados até julho de 2008 e permite de
novas ocupações em até 35% na Mata Atlântica e 10% na Amazônia (art. 11-A);

- ANISTIA para desmatamentos em APP de beira de rio para aquicultura em
imóveis c/ até 15 Módulos fiscais, ocupadas até julho de 2008 (art.4º §6º);

- ANISTIA TOTAL DE APP. Nos poucos casos em que deverá haver algum tipo de
recomposição em APP esta não será mais com espécies nativas (Art. 61-A, §13,
IV);

- REDUÇÃO DE PROTEÇÃO em áreas úmidas (pela alteração da base de medida de
APP – leitor regular), com necessidade de declaração do poder executivo e
desapropriação por interesse social (Art. 6º, IX);

- REDUÇÃO de RL (NA AMAZÔNIA), inclusive para novos desmatamentos, nos
Estados com 65% de UC+TI ou Municípios com mais de 50% de UC+TI (§4º e 5º
artigo 12). Esse dispositivo afeta imediatamente 80 municípios na Amazônia.
Afeta imediatamente todos os municípios do Amapá. PARÁ está prestes a
atingir 65% de UC+TI;

- REDUÇÃO DE APP DE TOPO DE MORRO com mudança no método de definição da área
a ser preservada como APP, reduzindo em até 90% em alguns casos (art.4º);

- VETO ao único incentivo positivo (econômico) concreto para recomposição de
APPs (contribuição do setor elétrico) previsto na Lei aprovada pelo
Congresso, sob justificativa de que tal medida contraria interesse nacional.
– Art. 43 (Vetado);

- Cadastro Ambiental Rural inerte, sem transparência e apenas para
consolidar uso ilegal.

Diante do exposto, o texto sancionado manteve vários dispositivos com
ANISTIAS e REDUÇÃO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO (APPs e RLs) aplicáveis em todas as
categorias de imóveis e devolve ao Congresso Nacional a decisão final sobre
as alterações, após a Rio+20.

Brasília, 28 de maio de 2012

domingo, 20 de maio de 2012

Microalgas em alta

Tema excelente para o ENEM 2012....Texto simples e de acordo com a Matriz do ENEM

O lema "plante uma árvore" é bem conhecido, mas agora há outro d´sitico em alta quando se trata de amenizar os efeitos das mudanças climáticas e promover o sequestro de carbono atmosférico : CULTIVE MICROLGAS. Essas algas unicelulares, na foto uma Chlorella (clorofita ou alga verde), de poucos micrômetros, vêm sendo cultivadas em larga escala, em tanques a céu aberto ou em laboratório, e podem ter inúmeras aplicações, desde a síntese de moléculas orgânicas para a produção de biocombustível a fármacos e complementos nutricionais. E, qualquer que seja o fim que se destina sua produção, o processo fotossintético da alga, em que o dióxido de carbono é transformado EM BIOMASSA, se faz presente.
Tanques de cultivo.
Microalgas do gênero Chlorella.
Pesquisadores de duas Universidade públicas, um federal e outra estadual, em parceria com a empresa petroquímica Brasken, contruíram fotobiorreatores de alta produtividade em laboratório. O sistema adotado pela equipe pela equipe alia as vantagens do tanque aberto (piscinas rasas que mimetizam as condições naturais de sobrevivência das algas e mantêm o arejamento) às dos reatores fechados : menor contaminação e espaço.
Segundo os pesquisadores, um dos objetivos da pesquisa é integrar o sequestro de carbono à geração de compostos com valor econômico. ..."A partir da manipulação bioquímica da microalga e, dependendo da espécie podemos fazer com que produza mais proteínas , lipídios e proteínas. Algas do gênero Chlorella são capazes de gerar triglicerídios, que servem como materia-prima para a produção de biodíesel.
Os testes preliminarem mostram que o sistema é capaz de gerar até 10 mil por mais mais carboidratos que em condições naturais (com potencial para desenvolvimento de fertilizantes), 3 mil por cento mais proteínas (com futura aplicação para ração animal e complementos nutricionais) e 2 mil por cento mais lípídios (para geração de biodíesel)...
Vejam como o texto é rico em informações e pode ser amplamente explorado pelos elaboradores do banco de itens que compõem o ENEM.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PETRÓLEO E PRÉ-SAL


PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PETRÓLEO E PRÉ-SAL
1.Como se origina o petróleo?
- Ele é originado da matéria orgânica proveniente de fitoplânctons e zooplânctons que viviam há milhares de anos em lagos, mares e oceanos. Ao morrerem, esses micro-organismos foram se depositando no fundo desses ambientes juntamente com outros sedimentos, como argila, silte e areia. É importante lembrar que essa matéria orgânica só se converte em petróleo a uma temperatura que varia entre 65° e 75° Celsius. Ao sobrepor novas camadas sobre a rica em matéria orgânica, a temperatura aumenta. Essas camadas soterradas ficam cada vez mais próximas do centro da Terra.

2.Afinal, do que é feito o petróleo?
- O petróleo se origina da matéria orgânica que se transforma em hidrocarbonetos, compostos de natureza orgânica, formados, basicamente, por carbono e hidrogênio. Na verdade, o termo petróleo é usado para designar hidrocarbonetos na sua forma líquida, que também podem se apresentar no estado gasoso, conhecido como gás natural (GNV), e sólido, denominado betume.

3.O que define o estado físico dos hidrocarbonetos?
- São vários os fatores que originam os hidrocarbonetos em seus diferentes estados físicos. A temperatura das rochas geradoras onde o petróleo surge, por exemplo, forma inicialmente o hidrocarboneto na sua forma líquida. Na medida em que a temperatura aumenta, o estado muda para gasoso. Já o betume se origina pela perda da sua fração mais leve, no caso o hidrogênio.

4.O petróleo pode existir em qualquer lugar, em qualquer tipo de solo?
- Os hidrocarbonetos só ocorrem em bacias sedimentares. Ou seja, onde tiver bacias sedimentares, haverá a procura por petróleo.

5.O petróleo surge em qual tipo de rocha?
- Existem as rochas geradoras, ricas em matéria orgânica, e as rochas reservatórios, nas quais os hidrocarbonetos são armazenados. Os hidrocarbonetos são gerados na rocha geradora e de lá migram para os poros das rochas subjacentes e tendem a chegar à superfície. Há também a rocha selante, que tem a característica de ser impermeável. Os hidrocarbonetos atingem as rochas reservatórios, ocupando seus poros e a subida até a superfície pode ser interrompida por uma rocha impermeável. Ao atingir a temperatura ideal, a matéria se transforma em óleo. No Brasil, nossas principais rochas geradoras são de origem lacustre.

Como são feitos os testes para confirmar a existência do petróleo?
- Primeiramente, é perfurado um poço exploratório. Ao perfurá-lo, é possível determinar a ocorrência de hidrocarbonetos por meio de perfis elétricos, ferramentas introduzidas no poço que emitem uma corrente elétrica para medir a resistividade do solo. Se estivermos diante de uma rocha reservatório saturada de óleo, sua resistividade tende a ser muito alta. Em seguida, são feitos os Testes de Longa Duração (TLD), que vão nos dar a estimativa de produtividade da jazida.

6.Como obtemos os subprodutos do petróleo como a nafta, o diesel, a gasolina, o asfalto, os plásticos?
Como sabemos o Petróleo é formado por diferentes tipos de hidrocarbonetos, moléculas compostas por átomos de carbono e hidrogênio. Para separar esses compostos, é necessário refinar o petróleo por um processo chamado destilação atmosférica.
Conforme o petróleo é aquecido, as moléculas mais leves evaporam, sendo posteriormente condensadas. Cada ponto de ebulição gera um produto diferente. “O gás liquefeito de petróleo (GLP), por exemplo, é um dos primeiros produtos a serem extraídos no processo, incluindo o butano e o propano, obtidos com diferentes pontos de ebulição. Aumentando a temperatura, outros compostos, como a nafta e a gasolina, vão surgindo. Após o GLP, extraído a menos de 40°C, os produtos a serem obtidos a partir da destilação atmosférica do petróleo são a nafta, destilado na faixa entre 60°C e 100°C; a gasolina, entre 40°C e 200°C; o querosene, obtido entre 175°C e 320°C; o óleo diesel, entre 250°C e 350°C; o óleo lubrificante, de 300°C a 370°C; o óleo combustível, de 370°C a 600°C; e, por último, os resíduos asfálticos, conseguidos a partir de 600°C. Para a criação de outros produtos, como o plástico PVC e o poliuretano, por exemplo, a nafta é utilizada como insumo nas petroquímicas. Por meio de processos químicos, suas moléculas são quebradas para gerar outras diversas moléculas.

Para obter o máximo aproveitamento do petróleo, o engenheiro lembra que as refinarias privilegiam a criação de produtos nobres a partir de material pesado. Sendo assim, para continuar extraindo compostos mais leves, como o GLP, a nafta e o diesel, os óleos combustível e lubrificantes passam por um processo chamado craqueamento catalítico. Nessa etapa, as moléculas são quebradas, gerando produtos mais leves. Para isso, é utilizado um catalisador que tem a função de acelerar a quebra das moléculas.

Após o craqueamento, as moléculas mais pesadas que ainda compõem o petróleo são submetidas ao processo de hidrocraqueamento catalítico e passam a ter mais hidrogênios agregados à sua estrutura. É o mesmo processo do craqueamento, só que em alta temperatura, em que o catalisador permite que os hidrogênios possam ser agregados. Quanto mais hidrogênio, mais leve é a molécula.

Quando todos esses processos são finalizados, sobram as partes pesadas e sólidas do petróleo, como o coque verde, uma espécie de carvão. Esse tipo de sobra pode ser utilizado na siderurgia como combustível e na indústria do cimento. Na sua composição, o coque verde apresenta muito carbono, enxofre e metais pesados.

Fonte: site do Globo Ciência em entrevista com o geólogo Rogério Schiffer, pesquisador do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) e professor de Geologia do Petróleo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

1. O que é o pré-sal e onde ele está situado?
É uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito S



2. Qual é o potencial de exploração de pré-sal no Brasil?
Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo. O número supera em mais de cinco vezes as reservas atuais do país. Só no campo de Tupi (porção fluminense da Bacia de Santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar as reservas de petróleo e gás da Petrobras em até 60%.
3. Quanto representa esse potencial em nível mundial?
Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.



4. Como o Brasil vai explorar essa riqueza?
A grande polêmica está justamente na tecnologia que será necessária para a extração. O Brasil ainda não dispõe de recursos necessários para retirar o óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros países. O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a 300 quilômetros do litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. É de lá e dos blocos contíguos que o governo espera que vá jorrar 10 bilhões de barris de petróleo.



5. Quanto deverá custar o projeto?
Devido à falta de informações sobre os campos, ainda é muito cedo para se ter uma estimativa concreta de custos. No entanto, alguns estudos já dão uma ideia do tamanho do desafio. Uma pesquisa elaborada pelo banco USB Pactual, por exemplo, diz que seriam necessários 600 bilhões de dólares (45% do produto interno bruto brasileiro) para extrair os 50 bilhões de barris estimados para os blocos de exploração de Tupi, Júpiter e Pão de Açúcar (apenas 13% da área do pré-sal). A Petrobras já é mais modesta em suas previsões. Para a companhia, o custo até se aproxima dos 600 bilhões de dólares, mas engloba as seis áreas já licitadas em que é a operadora: Tupi e Iara, Bem-Te-Vi, Carioca e Guará, Parati, Júpiter e Carambá.



6. Há alguma garantia que justifique o investimento?
Testes realizados pela Petrobras em maio e junho deste ano mostraram que ainda não estão totalmente superados os desafios tecnológicos para explorar a nova riqueza. A produção no bloco de Tupi ficou abaixo dos 15.000 barris de petróleo que a Petrobras esperava extrair por dia durante o teste de longa duração.



7. Quais são os riscos desse investimento?
Fora o risco de não haver os alardeados bilhões de barris de petróleo no pré-sal, a Petrobras ainda poderá enfrentar outros problemas. Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em seus poros, não se prestar à produção em larga escala a longo prazo com a tecnologia existente hoje. Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação heterogênea, talvez também sejam necessárias tecnologias distintas em cada parte do campo. Além disso, há o receio de que a alta concentração de dióxido de carbono presente no petróleo do local possa danificar as instalações.



8. Onde será usado o dinheiro obtido com a exploração?
Os recursos obtidos pela União com a renda do petróleo serão destinados ao Novo Fundo Social (NFS), que realizará investimentos no Brasil e no exterior com o objetivo de evitar a chamada "doença holandesa", quando o excessivo ingresso de moeda estrangeira gera forte apreciação cambial, enfraquecendo o setor industrial. De acordo com o governo federal, a implantação deste fundo será articulada com uma política industrial voltada as áreas de petróleo e gás natural, criando uma cadeia de fornecedores de bens e serviços nas indústrias de petróleo, refino e petroquímico. Parte das receitas oriundas dos investimentos do fundo irá retornar à União, que aplicará os recursos em programas de combate à pobreza, em inovação científica e tecnológica e em educação.



9. O que acontecerá com os contratos de concessão do local já licitados e assinados?
Embora tenha inicialmente se falado na desapropriação de blocos já licitados na camada do pré-sal, o governo já anunciou que serão garantidos os resultados dos leilões anteriores e honrados os contratos firmados. Porém, não haverá mais concessão de novos blocos à iniciativa privada ou à Petrobrás na área do pré-sal. Ao invés disso, será adotado o regime de partilha de produção, com a criação de uma empresa estatal, mas não operacional, para gerir os contratos de exploração.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sobre células tronco

Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram criar células-tronco embrionárias humanas através da injeção de DNA em uma célula da pele em um óvulo não fertilizado.
Para dar esse passo importante na investigação em células-tronco, os cientistas usaram uma técnica de clonagem semelhante à usada para clonar a ovelha Dolly.
Este trabalho demonstra pela primeira vez que o óvulo humano tem a capacidade de transformar uma célula especializada em uma célula-tronco.
O objetivo da pesquisa foi criar células-tronco embrionárias específicas para cada paciente com o DNA deles, para o eventual uso de reposição celular. Curar doenças como diabetes e Parkinson foi a motivação para o estudo.
Os pesquisadores conseguiram criar células-tronco embrionárias humanas. Elas não são perfeitas, e embora tenham cromossomos demais – 69 ao invés dos 46 habituais -, são adequadas para fins de pesquisa, não para tratamentos atuais.
No passado, os esforços para criar células-tronco usando clonagem significavam tomar um óvulo não fertilizado, remover o núcleo com seus 23 cromossomos, substituí-lo com o núcleo de uma célula da pele (que tem 46 cromossomos) e colocar o óvulo em um banho químico para que ele fizesse a divisão como se tivesse sido fertilizado por um espermatozóide.
Através de um processo de eliminação, os pesquisadores determinaram que era a remoção do genoma do óvulo, não a introdução de um novo DNA ou a divisão celular, que estava impedindo o óvulo de se desenvolver o suficiente para que as células-tronco pudessem ser extraídas. Foram necessários 63 óvulos para desenvolver duas linhas de células, das quais uma era viável.
Agora, o desafio é descobrir como remover os cromossomos do óvulo, sem remover as máquinas ou fuso, que ajuda na divisão do ovo.
O primeiro avanço importante nas pesquisas com células-tronco embrionárias humanas se deu em 1998, quando Jamie Thomson extraiu as primeiras células de um embrião humano.
Em 2007, pesquisadores no Japão e nos EUA relataram a criação de células-tronco, mas ignorando completamente os óvulos e reprogramando as células da pele diretamente na divisão.
Essas células são chamadas células-tronco pluripotentes induzidas ou células iPS. Desde então, os pesquisadores descobriram que essas células têm algumas limitações também. Enquanto alguns opositores de pesquisas embrionárias acreditam que os avanços na “menos polêmica” célula-tronco eliminam a necessidade de pesquisas com células embrionárias, a maioria dos especialistas na área acredita que todos os caminhos de pesquisa precisam ser explorados para, eventualmente, encontrar o tratamento certo para a doença certa.
O próximo passo é descobrir como fazer células-tronco embrionárias sem o excesso de cromossomos. Então os pesquisadores poderão começar a compará-las com células iPS e determinar o quão diferentes ou semelhantes elas realmente são.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ostras podem acumular agentes causadores de doenças, comprova pesquisa


Ostra-do-pacífico se alimenta dos plânctons sugando e filtrando a água do mar
Um grupo de pesquisadores brasileiros avaliou os impactos de diferentes graus de poluição na criação da ostra-do-pacífico em Florianópolis, capital de Santa Catarina, responsável por 95% da produção do molusco no Brasil. Em busca de um diagnóstico sobre as condições dos animais comercializados, o estudo publicado em fevereiro na Ecotoxicology and Environmental Safety confirmou que as ostras podem acumular em seu organismo compostos químicos e agentes como vírus, bactérias e protozoários, causadores de doença em pessoas. Esses organismos podem provocar infecções, principalmente em quem ingere o alimento cru. A pesquisa também mostrou que moluscos provenientes de locais de criação de ostras continham vírus mesmo quando os locais de cultivo apresentavam níveis aceitáveis de coliformes fecais, segundo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Situações críticas foram encontradas em animais experimentalmente colocados em ambientes mais poluídos, não usados como criadouros.
A ostra (Crassostrea gigas) se alimenta dos plânctons que vivem à deriva no mar, e faz isso sugando e filtrando a água. “Além do próprio alimento, ela absorve outros compostos químicos e orgânicos que estão na água que ser morta ou se infectar com esses vírus, bactérias e protozoários. Eles ficam retidos no tecido do animal, protegidos de agressões como a radiação ultravioleta do Sol”, conta a coordenadora do estudo Célia Regina Monte Barardi, do Laboratório de Virologia Aplicada do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As ostras podem acumular metais, pesticidas e outros compostos orgânicos em seus tecidos e nas brânquias, chegando a concentrações maiores do que as presentes na água do mar. Portanto, a qualidade dos moluscos comercializados está relacionada às condições sanitárias das águas onde são cultivadas.

Áreas analisadas pelos pesquisadores

© BARARDI ET AL. / ECOTOXICOLOGY AND ENVIRONMENTAL SAFETY
O estudo foi realizado em parceria com o Núcleo de Estudos em Patologia Aquícola e Centro de Ciências Agrárias e Laboratório de Biomarcadores de Contaminação Aquática (ambos da UFSC), Laboratório de Química Orgânica Marinha da Universidade de São Paulo (USP) e Laboratório de Protozoologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os pesquisadores inseriram ostras provenientes do Laboratório de Cultivo de Moluscos Marinhos (UFSC), situado em Sambaqui (veja mapa) em quatro locais: Ribeirão da Ilha (número 1 no mapa) e Santo Antônio de Lisboa (2), onde atualmente há cultivo de moluscos; Tapera (3), com cultivo desativado devido à proximidade da costa e tráfico intenso de barcos, o que causam a contaminação do mar; e foz do rio Bücheler (4), impróprio para cultivo por receber despejo de esgoto.
A água do mar e os sedimentos foram analisados no momento em que os pesquisadores deixaram as ostras e 14 dias depois, quando as recolheram. A equipe verificou por meio de análise microbiológica a contaminação dos moluscos por vírus que atacam humanos, compostos orgânicos, protozoários e bactérias como coliformes fecais, eliminados pelas fezes e urina das pessoas, além de metais pesados, derivados de petróleo e pesticidas despejados no mar.
Como esperado, as ostras coletadas da foz do rio Bücheler, o mais poluído dos quatro locais estudados, continham um maior número de patógenos humanos: adenovírus (que pode causar infecção nas vias respiratórias, conjuntivite ou gastroenterite), norovírus (principal causa não bacteriana de gastroenterite aguda), vírus da hepatite A, poliomavírus (perigoso para pessoas com baixa imunidade) e coliformes fecais. Pesticidas, hidrocarbonetos e esteroides também foram encontrados dentro das ostras retiradas próximas ao rio Bücheler. Já as coletadas na antiga área de cultivo Tapera continham norovírus, coliformes fecais e o protozoário Cryptosporidium spp., que pode desencadear problemas intestinais.
As ostras coletadas nas duas áreas usadas atualmente para cultivo, Ribeirão da Ilha e Santo Antônio de Lisboa, apresentaram menor quantidade de desencadeadores de doenças comparados às outras regiões analisadas. Porém, como eles filtram a água do mar, os moluscos provenientes dessas regiões ainda correm risco eventual de contaminação. Isso porque ambos os locais estão sujeitos a receber a entrada de esgoto doméstico, rural, urbano tratado e não tratado e poluentes, como derivados do petróleo.
“Uma solução para quem gosta dos moluscos seria ingerir o alimento cozido, pode ser ‘no bafo’ (vapor), a uma temperatura superior a 90 ºC. Essa ação inativa vírus, protozoários e coliformes fecais”, explica a pesquisadora. Porém, não elimina pesticidas ou metais pesados.
“Outra maneira de proteger a população da contaminação por microrganismos, pesticidas ou metais pesados seria cultivar a ostra em água limpa”, conta Célia. Com o objetivo de reduzir o risco de contaminação por microrganismos causadores de doença, os pesquisadores da UFSC, entre eles uma das autoras do estudo Doris Sobral Marques Souza, estão testando pequenos depuradores em forma de tanques. “A água desses depuradores é esterilizada com luz ultravioleta. Como a ostra se alimenta ao filtrar a água, esperamos que a permanência dos moluscos dentro dos tanques com água do mar purificada pela radiação ultravioleta, diminua a quantidade dos contaminantes retidos pelas ostras”, diz a pesquisadora. A ideia é instalar equipamentos dentro de restaurantes e estabelecimentos que comercializam o molusco.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Técnica em teste usa sangue da mãe para determinar paternidade do feto

Fragmentos do material genético do feto que permanecem na circulação materna são a chave para o próximo passo dado pela medicina nos exames pré-natais.
Um grupo de pesquisadores estadinidenses realizou teste que conseguem determinar a paternidade do feto com base em um simples exame de sangue feito pela mãe. Segundo os pesquisadores a técnica foi testada em 30 mulheres, com tempo gestacional entre 8 e 14 semanas e os resultados indicaram uma completa taxa de fidelidade.
O material genético coletado das gestantes foi comparado ao pai do bebê a um grupo de 29 homens escolhidos randomicamente.
O primeiro passo consiste em encontrar o material genético do feto no sangue materno. Estudos mostram que material genético fetal corresponde entre 3% e 6% de material genético (fragmentos) presentes no plasma sanguíneo materno. Um método de análise tem como base a procura dos SNPs, trocas de uma letra (nucleotídeo) do DNA (A,C,T ou G) em uma região cromossômica. Essa alteração costuma ser herdada, por isso serve como indicador de parentesco. Por exemplo,  supondo que tenha sido escolhida uma região de SPN em  que a mãe apresente em cada par de cromossomos Adenina e Adenina (A-A) e o feto Adenina e Guanina (A e G), em havendo dois supostos candidatos a paternidade verifica-se que um apresenta Guanina-Guanina (G-G) e o outro Adenina-Adenina, conclui-se que o segundo não pode ser o pai da criança. Assim, exclui-se a paternidade.
Um segundo método que é padrão para o teste feito após o nascimento consiste na procura de repetições de sequencias de dois a cinco nucleotídeos (STR). Assim, se uma criança for portadora de sequencias GATAGATAGATA em um dos cromossomos verifica-se que obrigatoriamente um dos pais deve apresentar essa mesma sequencia. Essa técnica para ser aplicada em gestantes é mais dificil, uma vez que fragmentos intactos e conservados no plasma sanguineo da mãe são menos frequentes o que dificulta pesquisa de STR do feto no sangue materno.
Fonte:Folha de São Paulo. Domingo, 6 de maio de 2012.