A vértebra indica que o dinossauro, que viveu naquela região entre 93,5 milhões de anos e 83,5 milhões de anos atrás, tinha características típicas das aves, como tamanho modesto (cerca de 1,5 metro de comprimento) e, possivelmente, penas e estruturas parecidas com asas. Estas características estão presentes em quase todos os Unenlagiidae encontrados na Argentina e em Madagascar, na África, e em outros dinossauros do Canadá, dos Estados Unidos e da Mongólia como, por exemplo, o velociraptor.
Fósseis que parecem ser da mesma espécie do terópode brasileiro já tinham sido encontrados na Argentina. Também há evidências de que ele tenha vivido onde hoje está Madagascar. “Antes dele, a maioria dos fósseis de dinossauros descobertos no Brasil era, principalmente, de animais com grande porte”, conta o paleontólogo Carlos Roberto A. Candeiro, da Universidade Federal de Uberlândia, um dos autores do estudo.
Encontrar dinossauros menores indica que havia outra cadeia ecológica naquela época. “Possivelmente, dinossauros pequenos caçavam animais menores que ainda não foram descobertos por nós”, explica Candeiro. A esperança dos pesquisadores é, em breve, encontrar mais fósseis na unidade geológica chamada Grupo Bauru, onde a vértebra foi escavada, e montar a cadeia alimentar da qual faziam parte. O achado também sugere que esses sedimentos brasileiros podem ser importantes para a compreensão da evolução de aves.
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