quarta-feira, 18 de abril de 2012

DICAS DE ATUALIDADES:E SE O PETRÓLEO EM RESERVAS CONHECIDAS ACABAR?

Material pertencente ao Professor de Geografia - Marcos Lupi -Ícone em Geografia do Ceará e o maior conhecedor dos parâmetros do ENEM>

Considerados as areias e xistos betuminosos, as reservas de petróleo mundiais, convencional e não convencional, mais do que dobrariam, o que nos níveis atuais de consumo garante o prolongamento da era do petróleo até o século 22, pelo menos.
Em termos simples, petróleo e gás "não-convencionais" são recursos até então considerados muito difíceis ou muito caros de se explorar utilizando métodos tradicionais.
O petróleo não convencional - isto é, o "heavy oil" (ou petróleo pesado), o petróleo polar (a cima do ciclo polar Árctico), o petróleo do " deep ocean offshore" (oceano profundo), as areias betuminosas e os xistos asfálticos - é ou de qualidade inferior, sendo de extracção e refinação mais dispendiosa (caso do petróleo pesado da bacia do Orinoco ou das areis betuminosas de Athabasca), ou de elevado custo de extracção (custo não só económico mas energético também). O petróleo polar implica impactos ambientais em zonas sensíveis e mesmo protegidas, e também investimentos intensivos, sobretudo associados ao transporte para os centros consumidores. O petróleo do oceano profundo (a mais de 500 metro de profundidade) apresenta condições geológicas complexas e ambientais rigorosas, mais elevado risco de investimento e agravado custo de extracção. O aproveitamento das areias betuminosas implica impactos ambientais pesados, custos económicos e energéticos elevados, tais que as eventuais reservas produtíveis serão muito inferiores aos recursos existentes na crusta
Situação mais problemática ainda é a dos xistos betuminosos. Todavia a "propaganda" anestesiante procura fazer passar a ideia de recursos fabulosos à superfície da Terra. Uma fantasia, como oferecer a Lua. A referência cada vez mais frequente a esses "novos" recursos de petróleo não convencional é ela mesma a mais clara confissão de que o petróleo "barato", o petróleo convencional, está a aproximar-se dos seus limites.
Os recursos de petróleo não convencional são comparáveis com os de petróleo convencional; mas a fracção convertível em reservas exploráveis ascende, nas hipóteses optimistas, a não mais que 20% desses recursos. E a custos técnicos, económicos e ambientais substancialmente mais elevados, de todo não comparáveis aos custos do petróleo do Golfo Pérsico .... A somar a estes custos, o desenvolvimento de tais reservas exigirão períodos de tempo dilatados; ora investimentos pesados a longo prazo é qualquer coisa que não cabe no quadro da actual organização económica; o que não exclui a possibilidade de um ou outro conglomerado petrolífero o vir a fazer, na perspectiva de retorno à custa da extrema escassez futura. Mas não haja dúvida, embora possa haver uma fronteira difusa entre petróleo convencional e não convencional, acabado o primeiro, a economia do segundo será substancialmente diferente, e o custo de energia será muito superior.
 

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